É simplesmente inacreditável a quantidade de e-mails que recebo todos os dias, com as mais variadas opções de Eventos, Feiras, Congressos, Cursos, Treinamentos, etc...
Gratuitos ou pagos, presenciais ou via web, é impressionante a variedade, acredito que em São Paulo o chamado Turismo de negocios, poderia perfeitamente ser chamado tambem de Turismo de Eventos ou alguma coisa assim.
Recentemente recebi o convite de uma empresa do Vale do Silicio, que ira realizar em Maio um evento grande, num Hotel 5 estrelas, e o que me chamou a atenção é que pela 1a vez eu vi uma empresa abrir claramente que o Evento era uma oportunidade de Network com acompanhamento de conteudo técnico, so pra constar, mas também é opcional, assim como vinagrete no churrasco.
Tanto que havia 2 preços: R$ 1.100 so pra bater papo, passear e rever amigos, almoçar e no final badalar e beber, e , R$ 1.550 pra fazer tudo isso e ainda assistir algumas palestras tecnicas restritas até para os proprios funcionarios da empresa.
Os Hoteis, Buffets, gráficas, empresas de Brindes, locação de equipamentos, empresas de montagem de stands, estacionamentos e manobristas, faturam uma grana com estes eventos.
Perdi a conta de quantos eventos já participei nestes 15 anos, como expositora, congressista, visitante, cliente, vários nomes descritos naquela penca de crachás de plástico que ficam penduradas nas baias de alguns colegas que colecionam como medalhas de maratonas.
Na pratica, as feiras normalmente tem mais vendedores de concorrentes se encontrando e trocando cartões para promover networking, do que cliente interessado em novas tecnologias. Alias isso é raríssimo. Os clientes vão aos stands onde as modelos são mais gostosas ou os brindes são mais interessantes.
O esforço em apresentar algo novo, feito por alguns fabricantes, é desprezado completamente por uma bolinha de massagem ou uma caneca de porcelana. Ai do stand sem brinde, fracasso total, como assim? Nem uma caneta???
Já vi modelos trocando cartões por brindes....é cômico depois quando o marketing tenta montar uma lista de clientes prospects para criar um mailing e quem sabe, conseguir gerar algum negocio nascido no evento, que justifique a verba do próximo ano.
A lista vira uma catalogo imenso de empresas concorrentes ou fornecedores, ou clientes sem poder nenhum de compra ou decisão.
Quem tem poder pra isso, num tem tempo de ir a feira e congresso!!!!Será o Benedito?!?!?!?!?
Alias, vendedor bom mesmo, aquele que tem sangue nos olhos (são raros, mas existem) quando tem a chance de ter na mao um cartão de algum cliente que realmente é um prospect e pode gerar algum negocio futuro, guarda no bolso e não inclui em mailing nenhum, por que a carteira do vendedor é a sua vida, e deve ser protegida como tal.
Mas, estes eventos são divertidos, quando o transito e o estacionamento permite. E claro, quando é de graça. Por que se tiver que pagar, só se for PJ. Não conheço alguém que pague para ir a um congresso ou feira com dinheiro do próprio bolso.
A gente sempre encontra uma porção de colegas antigos que estão em outra empresa ou ainda colegas de faculdade, visto que este mundo corporativo é tão pequeno que parece que todo mundo se conhece.
Eu tenho um amigo que trabalhou comigo em outra empresa há uns 6 anos. De la pra ca, ele já me deu 8 cartões dele de empresas diferentes!
Congressos ou Workshops fora do país então são a gloria verdadeira. Os Hoteis, as baladinhas que rolam a noite, quando ninguém é de ninguém, os almoços e jantares garantidos pelos reembolsos. A possibilidade de conhecer outro país pela janela do Taxi, e as farras no Free Shop são irresistíveis.
O que eu me pergunto é por que quem vai nestes congressos geralmente não estão envolvidos em atividades produtivas?
Os treinamentos externos são uma excelente possibilidade de folga no cotidiano. Chegar mais tarde e ir embora mais cedo, e de quebra, comer umas coisas gostosas.
O conteúdo do treinamento é importante sim, ou depende. Algumas empresas mandam pra treinamento aquele funcionário desmotivado ou que realmente precisam de treinamento por que mudou algum sistema e os funcionários precisam se adequar.
Fato constatado é que a qualidade de um treinamento é medido pelo Coffee Break. Ou seja, quanto melhor o Coffee Break, melhor o treinamento.
Outra máxima observada é que, a qualidade do palestrante é inversamente proporcional a qualidade do coffee break.
Ultimamente vem se popularizando, os web training ou self-studing. O objetivo deles é treinar em massa, e através dos botões next-next-finish que o conteúdo foi lido e no final tem provinha. A vantagem é a flexibilidade de poder fazer a qualquer hora, e em qualquer lugar.
Mes passado fiz um treinamento neste modelo by myself. Durou 8 horas por que estava todo em inglês, e da um sono insuportável ouvir aquela voz mecânica e assistir os slides se movendo devagarzinho. Tive que parar varias vezes para atender ao telefone e ir no banheiro lavar o rosto. Longuíssimo. Mas com custo baixo.
A desvantagem percebida por mim é que desta vez o coffee break não existe....
Um comentário:
tá esperando oq pra escrever um livro, Ri? posso postar esse texto no facebook? ahahahaha demais, demais, demais!
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