A profusão de nomes que encontramos para o bom e velho cargo de chefia é imenso: Manager, Boss, Chief, Leader, Gerente, Supervisor, Coordenador, Coach, Lider, Head, Diretor, Vices, Presidentes, CEO, CFO, CIO, COO, Gestor, entre outros.
Mas primeiramente gostaria de contextualizar o tema de hoje com uma fábula (a-d-o-r-o fábulas), conhecida vulgarmente como:
"A fábula do Jabuti
Dois companheiros caminhavam por uma estrada, calmamente num dia de sol, conversando sobre a vida. De repente avistaram uma árvore frondosa, e alta, e lá em cima da árvore tinha um Jabuti.
O Jabuti estava parado em cima de um galho.
Um amigo virou pro outro e disse: - Nossa! Como o Jabuti foi parar em cima desta árvore? ele pode cair? Vamos ajudá-lo!
O outro respondeu: - Não, não faça isso. Jabuti não sobre em árvores! Se ele está lá, foi por que alguém o colocou!"
Esta contextualização nos remete obrigatoriamente a uma reflexão a respeito de quem e como se formam chefes.
Por que existem tantos cargos de chefia? quem são os chefiados? quem chefia os chefes? se há tantos chefes, o que tanto eles fazem?
Óbvio que conhecemos verdadeiros lideres, gente que realmente dá vontade de seguir. São pessoas de brilho próprio, cujo o sucesso profissional é tão certo, que onde quer que o chefe vá, seja onde for a empresa que o contratar, ele terá a sua disposição uma lista de profissionais com que ele pode contar, que ele pode ligar, que vão sair de onde estão para trabalhar para ele.
Isso se chama respeito e prestígio. O segredo para ser um chefe assim, é basicamente cumprir o que promete, ter educação, coerência e bom senso.
Agora, pensando bem, estes indivíduos são raros. E valem ouro. São pessoas que não sabem tudo, não são o máximo da capacidade intelectual, e nem tem no seu CV uma lista gigantesca de certificações e diplomas. São pessoas que detém a informação. Informação é poder. Se ele não sabe, com certeza tem o telefone celular de quem sabe, e consegue desamarrar qualquer nó. E fazem a gente ficar babando de vontade ser assim um dia. E eles não dormem no escritório não! Tem família, vida pessoal e Hobbes.
Mas, o mundo é injusto. O desequilíbrio social esta em todas as camadas da sociedade e não poderia ser diferente no ambiente corporativo.
Os Jabutis estão distribuídos nas árvores, sem controle de natalidade.
Mas qual é a explicação para este fenómeno da natureza?
O fato é que hoje em dia, pouca gente quer ser chefe. Ser chefe é bucha, dor-de-cabeça. Muitos especialistas ganham mais que Gerentes. E não tem a dor-de-cabeça de gerir seres humanos, o que é um pé-no-saco.
Vejam, estou falando de chefes, não de executivos milionários que aparecem em capa de Exame ou Você S.A.
Então penso que alguns cargos são ocupados pelos profissionais que estão ali, dando sopa, se relacionam bem com alguém, ou se aproveitam (ou são aproveitados) em alguma reestruturação organizacional. Tá ali, a mão, as vezes tem 500 anos de empresa e pra não ficar chato, promovem o cara. Sem preparo, sem treinamento, sem nada. Joga ele no mundão. O funcionário mediano virou chefe. É parecido com o funcionário insatisfeito com o salário que virou vendedor, abordado no post Vendas.
Nem sempre vemos quem se torna chefe, é o individuo que reúne potencial para tal.
E, aquele individuo então que reúne potencial para ser chefe, e não vira, geralmente saí e vai ser chefe em outro lugar. Pega o seu celular e faz suas ligações. Em dias movimenta o mercado e desestabiliza os RHs das empresas. É gente se demitindo pra todo lado, pra seguirem o líder que saiu.
E as empresas que preservam os Jabutis, perdem o conhecimento e a cultura das pessoas que se vão.
Mas, o Jabutí não questiona, não se queixa. Ele obedece. Quando ele é colocado no galho, ele fica. Quietinho.
Shhhhh não acorda ele não.......
Nenhum comentário:
Postar um comentário