A Luxúria

Depois de uma pausa inspirada, eu volto ao Pecado, digo, aos Pecados.

A luxúria (do latim luxuriae) é o desejo passional e egoísta por todo o prazer sensual e material.

No mundo corporativo, minha visão de luxúria, é a luta incansável pelo poder, mas principalmente pelo luxo, as regalias e as milhares de coisas que se pode conseguir com o dinheiro que este poder traz.

Luxuria pode ser uma viagem internacional de 1a classe, para algum País de 1o mundo, ou uma mega resort nacional, com hospedagem em hotel de 5 estrelas, limosine com motorista, tudo no vasco, na faixa, com faturamento para o CGC do seu contratante e por cima um Cartão Corporativo para as despesas.

As despesas desta luxuria podem ser, Jantares dignos de Reis, em restaurantes conhecidos internacionalmente, com valores de pelo menos 300 euros por pessoa, Champagne e Charuto no final. Depois do jantar, uma balada na Boite mais famosa, ou um show de alguma banda famosa, com direito a camarote vip, garrafas fechadas (ninguém consome dose, só garrafas) e baldes de gelo, com muitas mulheres em volta, a maioria desconhecida, e os clientes e fornecedores confraternizando felizes em meio a esta esbanjação de poder e dinheiro. Já ouvi algumas vezes a frase: "O que acontece em projeto, fica no projeto!"


O objetivo final desta confraternização é alcançado, que pode ser mais algum novo negócio fechado para trazer mais poder e dinheiro, para ambas as partes. E, a luxúria realizada fica guardada como um segredo, que ninguém conta, ou conta só um pouco.

Tem também o consumo exagerado de presentes para filhos e esposas, buscando cobrir a ausência doméstica ou até a consciência pesada do eventual adultério.

No dia a dia, a luxúria fica marcada por carros de 150 mil, relógios de 5 mil, e ternos de 3 mil, entre outras aberrações.

Mas, dinheiro não aceita desaforo. O dinheiro mau empregado, mau investido, mais cedo o mais tarde, ele traz consequencias. Muitas empresas quebram no Brasil todos os meses, e entre os principais motivos, podemos dizer que seu donos, os pseudos empreendedores ou empresários, são os principais responsáveis.

São responsáveis por que gastam muito, não reinvestem em suas empresinhas e acham que já são ricos quando vêem 100 mil pingando na conta por mês!

Cansei de ver empresas de capital social de 100 mil, entrar em negócios de mais de 1 milhão. Sem lastro financeiro, qualquer falha, atraso ou problema, ele quebra a cara! e quebra a firma....

E no final, despejam na rua uma porção de pessoas que não tem nada a ver com isso, que são meros assalariados, que ficam por aí, na roça. As vezes tem que colocar na justiça o patrão para receber seus direitos.