Duas almas

Esta historia começou dia 15 de Outubro de 1998.

Tinha uma festa de aniversário para ir, nenhuma amiga a fim de ir, e sem carro ou dinheiro para táxi. Plena 5a feira. Depois de muita insistência consegui uma compania, a Carol topou, e meu amigo Marcelo Pedro veio do Jaguaré até a Bela Vista me buscar para uma balada em Pinheiros.

Uma vez la dentro, começamos a beber e a dançar, e o lugar estava muito agitado, muita gente no lugar, lotado de pessoas bonitas e bêbadas. Foi quando eu te vi. Te identifiquei na multidão. Não foi uma paquera casual, comum e corriqueira onde todo mundo olha todo mundo e seleciona possibilidades.

Foi algo automático, identificação, lembro de estar bem alcoolizada ao ponto de comentar com a Carol: "Ta vendo aquele cara ali de blusa preta!" "Hum, sei" "Eu vou ficar com ele hoje" "Cê ta louca? Você nem conhece o cara, ele ta la longe, bebe ai!" "Eu vou ficar com ele, e digo mais, se eu não ficar, eu não fico com mais ninguém aqui!"

Foi nessa hora que você me viu, nessa exata hora. E me chamou com a mão, e eu chamei você também. E você veio andando no meio daquela galera, multidão, e me agarrou sem falar nada e me beijou. Assim, sem perguntar, sem falar, sem nada. Só me olhou nos olhos e já nos conhecíamos.

Quando o beijo acabou, virei para o lado e vi uma amiga em choque, branca, que não tinha entendido como aquilo aconteceu.

Dai, em 29 de Fevereiro de 2000 (ano bissexto), eu saí de casa, com todas as minhas coisas e fui embora com você. Fui viver em São Bernardo, no nosso primeiro apartamento alugado da sua avó.

O escândalo só não foi maior por que, em 17 de Fevereiro de 2001, a gente se casou e, hoje 10 anos depois, podemos comemorar ainda com cartinhas e presentes, esta vida maravilhosa que a gente tem.

Nosso filho veio em Julho de 2005, um filho desejado, planejado, amado e querido e que tem uma sorte danada de ter pais como nós!

O casamento é em 1o lugar, o amor. Em seguida posso dizer sobre cumplicidade, amizade e paciência. Sabedoria para entender e conviver com a família do outro que vem no pacote. Respeito e vontade de dar certo de ambas as partes.

É claro que nem todo dia é bom, mas, que os dias bons venham e sejam vividos plenamente. E que os ruins sejam esquecidos.

Brigamos, e nunca fomos dormir sem esgotar o assunto. Não nos permitimos o ciúme, estamos por que queremos e sempre foi assim. Profissão ou dinheiro não são mais importantes, que nós mesmos, a nossa família e nossa felicidade. Se não é para ser feliz, não serve.

Aprender e saber que as fases ruins vem, mas elas vão, assim como as boas. Saber sair das fases ruins é sair fortalecido e com mais experiência.

Todo ano ter motivo para comemorar!

Te amo Vida, parabéns pelo nosso aniversário de casamento.